Malcolm Young, meu casamento, meu pai e o Google

Hoje morreu o Malcolm Young, guitarrista do AC/DC, uma das minhas bandas de rock favoritas. E isso combinou um monte de emoções malucas, e enquanto ouço um playlist matador com os riffs do Australiano, explico aqui daonde veio esse monte de emoções, e o título.

Eu tive a sorte de ir no show da última turnê que ele particpou, o Black Ice. Foi lá que eu pedi a Iara em casamento, como contei aqui no blog. Ao som de Moneytalks com o solo de Young, eu dava um passo na vida.

Eu lembro de quando fiz a minha última entrevista para entrar no Google, o meu emprego dos sonhos. Era uma sexta feira, chovendo em São Paulo, e pela manhã deixei meu pai no Hospital das Clínicas da Unicamp, que se tratava de um câncer nas cordas vocais. Meu pai não morava em Campinas, e eu tentava ajudá-lo na medida do possível. Somado ao estress da entrevista, não sabia o que ia acontecer no hospital.

Mas lembro que deixei de presente para ele esse livro que contava a história do AC/DC. E fui dirigindo para São Paulo, com a cabeça cheia. Fiz a entrevista (na verdade, uma apresentação, para funcionários do Google Brasil e do Google em Mountain View), e voltei pra ver meu pai, que estava bem.

No final, passei na entrevista, e fui trabalhar em São Paulo no meu emprego dos sonhos, onde fui morar com minha namorada de longa data, a Iara, dando mais um passo. Depois naquele ano, me casei (com AC/DC no playlist da festa, claro).

Ontem foi aniversário de 60 anos do meu pai. Rock’n’roll ain’t noise pollution man.

 

1o aniversário

E de repente, assim sem mais nem menos, faz um ano que virei pai de duas meninas. Aquele primeiro ano de dias longos e semanas que voam. O ano que você mal se lembra do que aconteceu, e que mal reconhece quando vê as fotos.

Ver duas bolotinhas se transformando lentamente em pessoinhas, que agora ficam de pé, conversam em sua língua nativa (bebê), fazem manha e tem preferências, é impressionante. Ver a cara delas todo dia que chego do trabalho se transformando numa empolgação gigante é o maior motivador do dia-a-dia.

Mas quem mais me surpreendeu nesse último ano é a maior heroína desse processo todo, que é a Iara. Que segurou a onda, se recuperando de uma cesárea e pós-parto com pressão alta, que segurou a diabetes gestacional com dieta, que fez o possível para amamentar duas de uma vez, que dia após dia acordou e dormiu com elas, que tantas vezes acordou as 3 da manhã para colocar uma chupeta e, intencionalmente, deixar eu dormir.

As meninas nunca vão saber o que foi esse primeiro ano, nem lembrar das fotos e vídeos. Mas a força, companheirismo e perseverança no dia de dia de fraldas, mamadeiras e lavação de roupa, só a gente que vai lembrar, pra sempre.

Parabéns pelo 1o aniversário de mamãe, mamãe Iara.