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Esse Domingo fui até Kommekjie, onde fui ver a praia do outro lado da península:

Ontem fui para a cidade para tentar minha passagem de volta para dez de Janeiro, e quem estava por lá? Os Springboks, o time de Rugby campeão do mundo. A Cidade do Cabo era bandeiras da África do Sul para todo lado. Bem bacana. A table mountain estava toda coberta:

A foto tem essas gruas todas porque eu estava no Waterfront, almoçando. Até!

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E hoje, chegando do almoço, chego em casa e vejo um cara na porta. O vidro da porta, quebrado, e ele enfiando a mão lá dentro. Me vendo, diz um “fuck” e começa a falar com outro fulano no portão (que não vi) em Xhosa ou whatever. Vendo uma faca na mão do cara, eu pico minha mula, volto em alguns minutos (com o cú na mão), mas os caras tinham vazado. Trevas.

Levaram uns casacos que conseguiram puxar pela porta, e um pouco da minha sensação de segurança! 😉 Ainda bem que a porta estava fechada por cima. Se eu estivesse dentro de casa, a porta provavelmente só estaria presa pelo trinco de dentro, e os caras teriam entrado… Sei lá.

Já fui na polícia, onde fui muito bem atendido, mas é o tipo de coisa que não dá em nada. De repente os caras ficam mais espertos, mesmo porque Fish Hoek é bem sussa.

Em outras notícias, estou fazendo Caratê duas vezes por semana numa academia aqui de Westlake, terminei as aulas de dança e de Inglês (minha professora Nádia vai ficar um mês e meio na Inglaterra). Vou para Tanzania no fim do mês, para passar três semanas, e vou ajudar o Rob Douglas, que é professor de matemática aqui na Fish Hoek Middle School, nas aulas de detenção. Muahahaha!

É, vivendo a vida Africana.

PS: Alguém tinha me pedido um postal, mas não lembro quem. Se você ler isso, me mande seu endereço via e-mail para mim e receba seu postal!

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Um projeto muito bacana que li essa semana no Mail & Guardian (um jornal daqui da África do Sul) é o Why Democracy? Basicamente, é uma série de discussões sobre a democracia, incluindo 10 filmes de uma hora, e uns 20 curtas, além de debates, argumentos on-line, etc.

Outro ponto interessante são as dez questões que eles promovem. Existe uma primeira questão implícita, o que é democracia para você, mas as questões são as seguintes:

  • Em quem você votaria para presidente do Mundo?
  • Existe algo de errado com a democracia?
  • Quem governa o Mundo?
  • Porque se importar em votar?
  • As mulheres são mais democráticas que os homens?
  • Deus é democrático?
  • A democracia é boa para todos?
  • O que te levaria a começar uma revolução?
  • Ditadores podem ser bons?
  • A democracia conseguirá resolver as mudanças climáticas?

Várias pessoas já responderam as perguntas, e na página do projeto você também pode responder e discutir as questões no fórum. Eu estou aqui pensando a respeito, e espero responder as questões no próximo post.

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Semana passada fui com o pessoal da Cape Studies num restaurante excelente no Sea Point, o Buena Vista Social Club. Comi excelentes nachos por um preço razoável, e tomei a primeira margarita de qualidade aqui na África do Sul (tirando as minhas, hehe). Um gajo paraguaio mandou ver na salsa e ritmos latinos, junto com um cara fazendo percussão. Da hora.

Na quinta feira fui na University of the Western Cape, visitar a ex-orientadora de mestrado da minha mãe, a Kathy. Um aluno do 2º ano de ciências da computação, Charles Atuchukwu (ele é Nigeriano), me mostrou o campus. Essa universidade tem bem menos grana que a UCT, e é visivelmente freqüentada por colored people, na grande maioria. Talvez eu arrume alguma coisa pra fazer lá, duro é que é super longe.

Na sexta aproveitei para jogar World of Warcraft com o Davi, meu irmão (que aliás faz aniversário hoje) e com a Iara. Sábado não fiz muita coisa (mas fui lá na aula de matemática pela manhã), Domingo choveu, mas a África do Sul ganhou da Argentina e está na final do Rugby.

Hoje dei umas voltas com o Alpha Romeo, rodando pela Ou KaapseWeg. Perei lá em cima e tirei uma fotinha com o celular:

Amanhã tem aula de Inglês, mas sem muitos planos para essa semana. Devo ir visitar a UCT também, e de repente rola alguma coisa lá na UWC. O Jonh Volmink, que coordena o trabalho lá da matemática, está querendo que eu ajude-o a preparar um material para leitura matemática, basicamente a “arte de entender problemas”, mas que é fundamental para a maioria dos africanos. Vamos ver.

No lado mais pessoal, começo a perceber o que vim buscar aqui. Na verdade, estou procurando paixões, descobrir minhas paixões. Porque minhas insatisfações recentes tem muito mais a ver com procurar novas motivações, sabe. Minhas motivações sempre foram mais racionais, mas sinto agora uma necessidade de buscar coisas mais passionais. Não estou falando de romance aqui, mas sim de buscar as coisas que gostamos, seja lá quais forem. E sei, nesses dois meses que já estou aqui, quais são as coisas que eu mais sinto falta.

E também já sei dizer do que vou sentir falta quando sair aqui. 🙂

Até!

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E aqui veio um frio danado, direto do pólo sul. Daqueles de usar camiseta, blusa de lã e casaco, vixe! No mais, está começando a bater uma certa solidão, agora que parei as aulas de Inglês na escola. Repare que é solidão, e não tédio. Estou aproveitando para voltar a estudar linguagens de programação. Fiz um crash course on-line de Ruby on Rails, e instalei o Netbeans 6.0 para ver se faço algum mini projeto de projetos Web, com AJAX. Sei que para a maioria isso não quer dizer nada ou pouco, e é por isso que é legal! 🙂

Além disso continuo minhas aulas particulares de Inglês, de terça, e talvez eu começe ajudar o John numas pesquisas da faculdade dele, a Cornerstone, na área de ensino secundário. Vamos ver o que rola. Também estou vendo uns passeios numa agência de turismo local, que sai meio caro, mas pelo menos eu vejo gente diferente.

E esse mês tem um monte de aniversários!! Dos meus irmãos Davi, Caetano e Anaísa, da minha amiga Isabel, dos meus amigos Bruno Faria e Tiago Saad. E a África do Sul ganhou (meio apertado) de Fiji, e foi para as semi-finais. Joga dia 14 contra a sempre inimiga Argentina, e se ganhar pega ou a França (que ia ser massa, já que a copa é lá) ou a Inglaterra (que ia ser revanche da lavada inicial) na final.

Até!

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Meu post do espírito de aventura foi sucesso de público, com um recorde de seis comentários. Tudo bem que um é meu, um do meu pai e dois da minha mãe, mas mesmo assim, urru! Queria então comentar alguns dos comentários.

Minha mãe comenta que as experiências precisam envolver mais os sentidos: “Esta distância virtual faz a experiência mental demais. Precisa sentir a agua, ouvir o barulho do fundo do mar…” Dois pontos: 1º – será que somente a experiência mental não é o suficiente? Muitas experiências consideradas iluminadoras são mentais, através de meditação ou fé. Onde exatamente as experiências dos sentidos agregam valor na experiência? 2º – Não é preciso ir longe para experimentar as sensações. Grande parte das vivências que estou tendo aqui na África do Sul poderiam acontecer no Brasil, mesmo em Campinas. Porque quase ninguém vai nos pontos turísticos de sua própria cidade / país?

Meu pai cita o Osho, que cita o Budha, dizendo: “freedom from everything (…) is the greatest joy, and it is possible”. Eu concordo com o Buda, e acho que o desapego de tudo passa também pelas experiências dos sentidos. Quando o Buda fala dos vícios dos sentidos, certamente entra aí o desejo de ver uma montanha maior, uma vista mais bela e mar mais azul.

O comentário do Cris tem a ver com o que discutimos no philosophy café: “Sentir, viver e – porque não – refletir são experiências únicas e muito pessoais, na procura dos nossos caminhos”. Nossas visões (parciais) do mundo e das experiências criam nossas verdades, que não deixam de ser fatos que acreditamos, indo na linha (que concordo) que não existe a verdade. E quando duvidam ou questionam nossas crenças, isso abala a estrutura. Porque as pessoas não conseguem questionar seus próprios espíritos de aventura?

Por fim, a Ana Paula comenta que o espírito de aventura dela serve para sair “da vida cotidiana… e então, outro lugar, outras pessoas, outras belezas, outras sensações são fundamentais!” Na verdade, aí está meu dilema. Não acho mais certo ou mais errado, cada um tem sua maneira de ir atrás das suas “verdades”. Mas estou tentando compreender o que se esconde por trás dessa busca do outro, do diferente. Se é que isso existe. Pra mim a África do Sul que vivi é só mais do mesmo.

Putz, esse post só deveria ser lido depois de umas biritas… 🙂

Até!

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