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E aqui veio um frio danado, direto do pólo sul. Daqueles de usar camiseta, blusa de lã e casaco, vixe! No mais, está começando a bater uma certa solidão, agora que parei as aulas de Inglês na escola. Repare que é solidão, e não tédio. Estou aproveitando para voltar a estudar linguagens de programação. Fiz um crash course on-line de Ruby on Rails, e instalei o Netbeans 6.0 para ver se faço algum mini projeto de projetos Web, com AJAX. Sei que para a maioria isso não quer dizer nada ou pouco, e é por isso que é legal! 🙂

Além disso continuo minhas aulas particulares de Inglês, de terça, e talvez eu começe ajudar o John numas pesquisas da faculdade dele, a Cornerstone, na área de ensino secundário. Vamos ver o que rola. Também estou vendo uns passeios numa agência de turismo local, que sai meio caro, mas pelo menos eu vejo gente diferente.

E esse mês tem um monte de aniversários!! Dos meus irmãos Davi, Caetano e Anaísa, da minha amiga Isabel, dos meus amigos Bruno Faria e Tiago Saad. E a África do Sul ganhou (meio apertado) de Fiji, e foi para as semi-finais. Joga dia 14 contra a sempre inimiga Argentina, e se ganhar pega ou a França (que ia ser massa, já que a copa é lá) ou a Inglaterra (que ia ser revanche da lavada inicial) na final.

Até!

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Meu post do espírito de aventura foi sucesso de público, com um recorde de seis comentários. Tudo bem que um é meu, um do meu pai e dois da minha mãe, mas mesmo assim, urru! Queria então comentar alguns dos comentários.

Minha mãe comenta que as experiências precisam envolver mais os sentidos: “Esta distância virtual faz a experiência mental demais. Precisa sentir a agua, ouvir o barulho do fundo do mar…” Dois pontos: 1º – será que somente a experiência mental não é o suficiente? Muitas experiências consideradas iluminadoras são mentais, através de meditação ou fé. Onde exatamente as experiências dos sentidos agregam valor na experiência? 2º – Não é preciso ir longe para experimentar as sensações. Grande parte das vivências que estou tendo aqui na África do Sul poderiam acontecer no Brasil, mesmo em Campinas. Porque quase ninguém vai nos pontos turísticos de sua própria cidade / país?

Meu pai cita o Osho, que cita o Budha, dizendo: “freedom from everything (…) is the greatest joy, and it is possible”. Eu concordo com o Buda, e acho que o desapego de tudo passa também pelas experiências dos sentidos. Quando o Buda fala dos vícios dos sentidos, certamente entra aí o desejo de ver uma montanha maior, uma vista mais bela e mar mais azul.

O comentário do Cris tem a ver com o que discutimos no philosophy café: “Sentir, viver e – porque não – refletir são experiências únicas e muito pessoais, na procura dos nossos caminhos”. Nossas visões (parciais) do mundo e das experiências criam nossas verdades, que não deixam de ser fatos que acreditamos, indo na linha (que concordo) que não existe a verdade. E quando duvidam ou questionam nossas crenças, isso abala a estrutura. Porque as pessoas não conseguem questionar seus próprios espíritos de aventura?

Por fim, a Ana Paula comenta que o espírito de aventura dela serve para sair “da vida cotidiana… e então, outro lugar, outras pessoas, outras belezas, outras sensações são fundamentais!” Na verdade, aí está meu dilema. Não acho mais certo ou mais errado, cada um tem sua maneira de ir atrás das suas “verdades”. Mas estou tentando compreender o que se esconde por trás dessa busca do outro, do diferente. Se é que isso existe. Pra mim a África do Sul que vivi é só mais do mesmo.

Putz, esse post só deveria ser lido depois de umas biritas… 🙂

Até!

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Ontem eu fui no Philosophy Café, uma iniciativa da Helen Douglas, uma filósofa daqui de Kalk Bay que faz prática filosófica. Foi uma experiência bem interessante. Discutimos sobre credibilidade, e coisas que acreditamos. Por exemplo, eu acredito nas leis de Maxwell, e que matéria e energia são fundamentalmente a mesma coisa. Mesmo soando totalmente mágica, ou mesmo baboseira. E fiquei pensando se acredito mesmo em células. Ou neurotransmissores. Ou mesmo em microscópios… 🙂

Também discutimos o quanto nossa existência é definida pelas nossas verdades, pelo que acreditamos, e o quando isso pode ser abalado. Muito louco.

Hoje nem fiz nada muito emocionante não. O tempo tava meio besta, e aproveitei para lavar roupa e jogar um monte de World of Warcraft. Amanhã devo ir pra alguma praia diferente, a depender do tempo.

Até!

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E a RSA terminou hoje primeira no seu grupo da Copa do Mundo de Rugby, conhecida por aqui como Copa do Mundo 🙂 , ganhando de 64 a 15 dos Estados Unidos (nada de Samoa, como eu disse; aliás, errei o horário também e quase perdi a partida, tks, tks). Ao contrário do que muita gente pensa, Rugby é um esporte muito civilizado. Por exemplo, se algum jogador estiver sangrando muito, ele pode ser substituído temporariamente até conseguirem estancar ou fazer umas bandagens.

Você sabia que João Paulo II representou a Polônia jogando Rugby? Diz a lenda que o jogo se originou na Rugby school (daí o nome) na Inglaterra, quando um dos estudantes, William Webb Ellis, pegou na bola num jogo de futebol em 1823 e saiu correndo com ela.

Um bom FAQ que eu achei na Web é esse Guia do Espectador de Rugby (em Inglês).

Até!

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Sábado encontrei a Vanessa pela última vez, já que ela voltou do safari na Namíbia e está voltando para a Alemanha. Almoçamos eu, ela, Heike, Janine (outra Alemã), Teddy, Karine e Nadia no Quay Four, no Waterfront. Depois do almoço, fui para Camp’s Bay, uma das praias “badaladas” de Cape Town. Tem uma webcam on-line lá aqui, se quiser. Foi massa, mas tava um vento animal, típico da Mother City.

Hoje saí com o Alpha Romeo de novo, baixei o teto e dirigi até Simon’s Town, depois fui até Muizemberg pela praia, peguei o começo da M3 e a Tokai Road. Voltei até Steenberg, de lá voltei para Fish Hoek pelas montanhas. De tarde eu deveria voltar a jogar meu RPG on-line com o Brent, Gustavo e Davi, mas só o Gugs apareceu e não deu quorum. Hoje à noite vai ter África do Sul e Samoa na Copa do Mundo (de Rugby), e me convidei para assistir o jogo na casa do vizinho. Não que a TV dele seja muito maior, mas de mais gente é mais legal.

Até!

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Sabe, eu nunca entendi muito bem o espírito de aventura. Nunca entendi muito bem porque as pessoas em geral tem essa ânsia de viajar, qual é o barato de estar num lugar diferente. Não que eu seja um ranzinza, se eu for passear irei curtir e aproveitar, mas é a motivação que eu tenho uma certa dificuldade de alcançar.

O que eu quero dizer é: o que as pessoas buscam? O que elas acham que vão encontrar quando vão à Europa ou para Porto de Galinhas? Porque muitas vezes, o que realmente motiva pode ser algo bem simples, sabe. Ah, quero ir para cair na farra. Ué, não é mais fácil na sua cidade, com todos os amigos pertos? Ah, quero conhecer outra cultura. Quer mesmo? Quer se envolver, conhecer e ir a fundo? Ou só quer comer uma comida diferente e escapar da violência por um tempo?

Essa sensação veio um pouco mais forte nas últimas semanas porque tenho sentido que, agora que já me adaptei ao lugar, já sei dirigir para todo lado, já sei onde comprar as coisas, quando passa o lixeiro, o dia bom de coisas na TV, quando tem jogo de Rugby, o dia de sair para a balada com os amigos, etc e tal, esse país é igual a qualquer outro. E na hora que eu sentir que a África do Sul não está agregando nada, eu pego o próximo vôo e volto para o Brasil (ou qualquer outro lugar), onde eu posso inventar algo que me agregue experiência.

Não que eu esteja já abandonando isso aqui. Pelo contrário, estou compreendendo melhor o que significa estar por aqui. Por isso estou procurando experiências que posso ter por aqui e que eu não poderia ter em Campinas, por exemplo. Então acho que vou parar de ir nas aulas de Inglês três vezes por semana, e procurar alguma atividade diária, de preferência meio período. De preferência, algo que eu precise falar bastante, aí aproveito e ainda turbino o Inglês (embora ele já deu uma bela turbinada com o dia-a-dia).

Por outro lado, essa sensação de poder ir embora a qualquer momento também é massa, libertadora. Tipo: faça o que tiver que fazer, por puro prazer. Senão, que se dane. Eu acho bem difícil falar se dane quando eu olho pela janela e vejo uma lua cheia fantástica nascendo na baía de Fish Hoek. Mas, é minha opção.

Agora, relendo o post, vejo que isso tem um pouco a ver com a filosofia do budismo. Muitas vezes eu vejo o pessoal criando uma versão ideal do “lá fora” (que pode ser de Ubatuba a Tailândia), achando que a felicidade (ou, na verdade, a satisfação dos desejos) vai aparecer “lá”. Eu acho que entender os desejos, e ver se são reais vontades de crescer ou somente expectativas é fundamental. Vai ver que é por isso que eu adoro poder ficar sossegado em casa, por um som, fazer um rango, ler um livro, jogar videogame, andar na praia, tocar violão, e achar o máximo. As pessoas que eu contava que eu ficava em casa nas minhas férias achava aquilo um sacrilégio. Porque será?

Anyway, amanhã vou para minha última aula na escola de Inglês. Sábado tem jogo dos Springboks, Domingo vou mestrar uma partida on-line de RPG. Segunda vou numa aula de dança em Claremont, e Terça feira tem o Philosophy Café da Helen. E assim que eu achar uma cópia na locadora, vou assistir o Spiderman 3.

Até!